A exposição Arte e Palavra chega ao Espai Muxart em Martorell para transformar poesia em imagem e expressão visual em verso. Esta exposição reúne o trabalho de 11 artistas que reinterpretaram poemas de autores de diferentes épocas e sensibilidades, estabelecendo assim um diálogo criativo entre duas disciplinas que sempre coexistiram.
No âmbito das 11 Jornadas Literárias de Martorell, que este ano são celebradas entre 22 de abril e 2 de maio, esta exposição torna-se um ponto de encontro entre a linguagem escrita e a linguagem visual. A iniciativa, produzida pela Fundação Lluís Coromina e com o apoio da Instituição Catalã de Letras, não é nova: já passou por diversas cidades catalãs antes de chegar a Martorell, passando por lugares como Terrassa, Girona ou Barcelona. Agora, até 15 de junho, o térreo do Muxart abrigará este projeto que demonstra como a poesia pode se tornar uma geradora de imagens.
[arquivo0ac15]
Cada peça em exposição nasce da conexão entre um artista e um poeta. Assim, Amèlia Riera dialoga com Salvador Espriu, Josep Guinovart com Joan Oliver, Jordi Tolosa com JV Foix e Francesca Llopis com Maria Mercè Marçal. Há também obras de Jesús Galdón inspiradas em Carles Hac Mor, de Ester Xargay sobre Felícia Fuster, e de David Ymbernon em homenagem a Joan Brossa. Mar Arza explora a poética de Ramon Llull e Vicent Andrés Estellés, enquanto Anna Llimós se aprofunda nas letras de Àngels Moreno, Gerard Altaió em Ausiàs March e Lluís Vila em Jorge Luis Borges.
A forma como cada artista moldou os versos é tão diversa quanto as próprias linguagens artísticas. Pintura, escultura, instalação, vídeo numa encenação onde cada obra é acompanhada do poema que a inspirou. A curadora Fina Duran explica que a gênese desta exposição surgiu de uma preocupação compartilhada com Jesús Galdón, também curador do projeto junto com Martina Morittu. Um dos desafios encontrados no processo de seleção foi a dificuldade de encontrar obras inspiradas em poesias escritas por mulheres. Apesar disso, há representatividade feminina com peças dedicadas a Maria Mercè Marçal, Felícia Fuster e Àngels Moreno, tornando visível a necessidade de continuar ampliando esse diálogo artístico com vozes femininas.
[arquivo8250a]